segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Rede social

Todos os dias ele olhava para ela.

As postagens ele lia e relia, e ainda assim era nas fotos que se acabava.

Desejava tanto, que chegava a doer. Gozava gritando o nome dela na frente do computador.

E no dia que ela postou um selfie mais provocante, o psicopata que ele gerava enfim nasceu.

Começou a anotar todos os lugares que ela frequentava e, inconsequente, expunha na rede.

(Quando a sua vida é um livro aberto, fica fácil procurar no índice o trecho que interessa.)

Enfim ele a viu pessoalmente. De longe. Passou a segui-la. Sabia onde ela morava, onde trabalhava. Tinha registrados todos os seus horários.

Sequestrou-a. Estuprou-a diversas vezes. Não satisfeito, matou-a, e cobrindo-a com cera fez uma estátua, que colocou num altar dentro do quarto.

Ainda assim, não estava satisfeito. Era preciso que ela fosse completamente dele, mas ele não a sentia assim. E não teria mais como possuir aquela mulher coberta de cera. Queria mais.


Então descobriu, na lista de amigas dela, outra que o encantou.



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