quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O ciclo do parasita






Dizem que, quando caímos, algo das profundezas nos acompanha, no momento em que nos reerguemos.

E isto que trazemos conosco, que não percebemos na hora, vai aos poucos se alimentando de nossas paixões, nossas memórias. De tudo aquilo que somos, ele se torna parasita.

Então este algo sombrio e silencioso começa a crescer e a querer mais.

Mais do que podemos dar.

De repente, nos vimos incomodados por um sentimento distante e minúsculo, quase imperceptível.

Porém, em franco crescimento.

Quando atinge seu auge, o incômodo deixa de ser minúsculo. Torna-se fome. E fome exige que a satisfaçam.

E enfim, quando encontramos aquilo que sabemos ser a única coisa capaz de saciar esta nova fome, também descobrimos que, daqui para frente, o que nos espera é um caminho sem volta.