domingo, 31 de julho de 2016

O ADVERSÁRIO no Blog Lado Escuro


Voltado ao terror em geral (livros, filmes, música e afins), o blog Lado Escuro publicou uma simpática resenha sobre O ADVERSÁRIO, do qual reproduzo aqui um trecho:

"O autor nos apresentou um final completamente surpreendente. Através de um thriller eletrizante, Maurício nos transportou para um Rio de Janeiro bem diferente do que estamos costumados a ver. As cenas de tortura e violência são realmente fortes e dispensam censuras (ponto para o autor!) e, com uma atmosfera sombria, alternando entre Zona Sul e periferias, entramos em contato com as várias faces do mal entranhadas na sociedade."

E a íntegra você confere aqui: https://blogladoescuro.blogspot.com.br/2016/07/resenha-7-o-adversario.html.



O ADVERSÁRIO no Blog Lado Escuro


Voltado ao terror em geral (livros, filmes, música e afins), o blog Lado Escuro publicou uma simpática resenha sobre O ADVERSÁRIO, do qual reproduzo aqui um trecho:

"O autor nos apresentou um final completamente surpreendente. Através de um thriller eletrizante, Maurício nos transportou para um Rio de Janeiro bem diferente do que estamos costumados a ver. As cenas de tortura e violência são realmente fortes e dispensam censuras (ponto para o autor!) e, com uma atmosfera sombria, alternando entre Zona Sul e periferias, entramos em contato com as várias faces do mal entranhadas na sociedade."

E a íntegra você confere aqui: https://blogladoescuro.blogspot.com.br/2016/07/resenha-7-o-adversario.html.



quarta-feira, 27 de julho de 2016

XI Encontro de Autores de Medo e Terror do RJ


No próximo dia 31/07, no Castelinho do Flamengo, entre 14 e 18h, será realizado o XI Encontro de Autores de Medo e Terror do RJ. O evento é uma iniciativa da  Casa do Medo, coletivo multimídia que reúne autores (escritores, ilustradores, quadrinistas, atores, pesquisadores) e leitores apaixonados pelo gênero. Este mês, o encontro terá como tema Monstros.

Estarei lá com O ADVERSÁRIO, e na semana que vem postarei mais sobre o evento.

Página do encontro no Facebook: https://www.facebook.com/events/625746310924829/



terça-feira, 26 de julho de 2016

Questão de tempo



O vídeo mostrava uma criança diante de um espelho. Mas havia um momento em que a imagem refletida não repetia os movimentos do ser à sua frente. 

O reflexo parava de se mover e ficava olhando fixamente a criança.

Não continuei assistindo. Após fechar a tela, guardei o celular no bolso e tratei de jogar a minha atenção para a paisagem do lado de fora do ônibus. Vídeos como aquele me impressionavam. Após a morte do meu cachorro, tudo me impressionava.


Até chegar em casa, fui evitando todos os reflexos, todas as vitrines, todas as possibilidades de estar diante de um universo estranho. Eu convivia diariamente com pessoas estranhas. Com algumas me relacionava. Mas aquelas que existiam do outro lado, vivendo vidas paralelas numa dimensão de vidro, eram demais para mim. Ninguém gosta de encarar o outro lado, da mesma maneira que ninguém gosta de se ver por dentro.


Então entrei no elevador. Não deveria ter entrado. Não sozinho.


Os espelhos me cercavam. E, neles, várias pessoas, que não estavam no elevador, ficaram me olhando. Inclusive o meu reflexo, silencioso, inquisidor. Como se me esperasse.


No meu andar, a porta do elevador se abriu e eu corri. Estava fugindo sem saber para onde. Sem saber para quê.


terça-feira, 5 de julho de 2016

O sorriso de um morto é um convite


Intrigado com o que parecia um sorriso no rosto do defunto que estava sendo velado, cutuquei minha namorada e perguntei baixinho:
“O morto está sorrindo?”
“Para de graça, Maurício.”
“Não estou de graça.”
“Você sabe que com essas coisas não se brinca.”
“Mas...”
“Defunto sorrindo é mau presságio.”
“Como assim?”
“É sinal de que você vai ser o próximo.”
“Fala sério.”
“Todo mundo sabe disso. O sorriso de um morto é um convite.”

*

Após deixar a namorada em casa, pesquisei na internet a tal afirmação. Jamais ouvira falar que sorriso de morto era convite. Nada encontrando, telefonei para ela.
“Quem te disse que sorriso de morto é convite?”
“Você vai continuar com isso?”
“Quem?”
“Eu já falei para não brincar com essas coisas.”
“Quem?”
“Eu odeio quando você faz isso.”
“Isso o quê? Perguntas?”
“Ah, tchau.”
Antes que eu ligasse de novo para dizer que o que ela fizera era de uma grosseria sem tamanho, uma voz rouca e frágil soaria de um canto pouco iluminado de meu quarto:
“Eu te fiz um convite.”
No instante seguinte, o mundo inteiro se tornaria um canto pouco iluminado. Não tentei sequer correr, fugir ou compreender, e quando a fisgada em minha coluna defeituosa me jogou curvado no chão, imaginei apenas para quem iria sorrir durante o velório.