quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Afundar



Se eram passos desencontrados, solitários, temerosos, e se a lua cheia menos a orientava e mais a arremessava em sonhos, ela não percebia. Caminhava entre desmandos da realidade, onde tudo o que era vivo estava morto e tudo o que ela um dia vira morrer lhe surgia de novo diante dos olhos. Ela quis parar, quis interromper o sono e acordar, mas a areia onde os seus pés descalços afundaram já lhe entrava pelos olhos pelas narinas pela boca e ela não sabia mais se sonhava ou se apenas esquecia a diferença entre as leis que regulavam o universo.